A separação é temporária e o amor continua
Rio - A partir de hoje, estarei neste espaço todos os domingos, conversando com você sobre vida e espiritualidade.
Amanhã é Dia de Finados e vou lhes contar um fato que aconteceu comigo.
Depois de ser surpreendida pela mediunidade, eu e meu marido fizemos cursos na Federação Espírita e, mais tarde, nos tornamos voluntários. Todas as quartas-feiras, eu, Aldo e Carlos, outro voluntário, dávamos aulas juntos, na escola de médiuns.
Ficamos amigos.
Certo dia, Carlos enfartou e faleceu, aos 40 anos, deixando esposa e três filhos pequenos. À noite, fui com Aldo ao velório na casa da família. Na sala onde o corpo estava sendo velado, abraçamos a viúva que chorava muito. Sentei-me em uma cadeira perto da parede. De onde estava eu podia ver a viúva que a cada parente ou amigo que chegava descontrolava-se, gritando inconformada.
Fechei os olhos e em pensamento rezei pedindo a Deus que acalmasse a viúva e auxiliasse o espírito de Carlos a encontrar seu caminho. Nesse momento, eu vi que, a uns vinte centímetros acima do corpo, deitado sobre ele havia um duplo do morto.
Da testa do falecido saía um cordão que o ligava a nuca do seu duplo. Era a primeira vez que eu estava vendo isso. Admirada, ouvi o espírito de Lúcius, pedindo calma. Explicou-me que Carlos se encontrava repousando e recolhendo, através daquele cordão, elementos de ligação com o corpo físico e só quando esse processo acabasse deixaria o local.
Então chegou uma senhora, abraçou a viúva, chorando muito e dizendo:
— Que tragédia! Tão moço, com filhos pequenos! O que será deles?
A viúva se revoltou, gritando sua revolta.
Nessa hora, notei que o duplo de Carlos começou a ondular se rarefazendo como se fosse desaparecer. Dois espíritos de branco chegaram ao lado do corpo, estendendo as mãos sobre ele, que foi se acalmando. Lúcius explicou-me:
— Apesar de inconsciente, o espírito de Carlos sentiu as energias dela, inquietou-se, percebendo que algo ruim está acontecendo. Mas ele tem conhecimento e está protegido. Logo vai recuperar a lucidez e ficará bem.
Uma hora depois, eu, Aldo e três amigos da federação fomos para uma sala ao lado e fizemos uma prece em favor dele.
Então vi que, amparado pelos dois espíritos que o tinham socorrido, Carlos juntara-se a nós, livre dos laços que o prendiam ao corpo físico. Estava pálido, mas sereno, abanou a mão se despedindo.
Anos depois, quando Aldo enfartou e veio a falecer, a lembrança desse fato ajudou-me a deixá-lo ir embora em paz.
Eu sabia que a separação é temporária e que o amor continua para sempre.
Fonte: O Dia Online.
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